PARTILHANDO HISTÓRIAS
Domingo lindo, com conversas e
histórias, ouvindo amigos, dando risadas, vendo borboletas no amanhecer ,
ouvindo passarinho, os sussurros da brisa suave da manhã. Milagres do dia a dia
que esquecemos de observar, pela correria da vida. Minha filha, a sopa de
letrinhas, falou sobre os milagres que estão por todos os lados que nos
rodeiam. Fiquei ali com cara de mãe coruja, meio boba; por um momento tentei
falar ,contar como todos nós somos enviados de seres superiores e estamos o
tempo todo em contato com eles. Eles nos falam mas as vezes estamos com olhos,
ouvido e sentidos trancados. Tentei falar isso é contar um momento que vivi de
intensa emoção. Tentei ,mas minha sopa de letrinhas estava eufórica, continuou
e esqueceu que as filhinhas devem deixar as mãezinhas falar. Meu coração riu,
valia a pena ver a felicidade dela com seus irmãos ouvindo-a contagiados.
Enfim, milagres são para todos, não importa a cor, religião, nacionalidade,
sexo. Só importa o seu coração em sintonia e aberto com seu ser superior, seja
como for que vc o chame. Todos nascem em um momento milagroso, crianças vêm
seres e acreditam em milagres, a vida é que nos separam desta sensibilidade.
Sexta-feira vi um filme, no início desdenhei, família Branca, americana com
jeito de comercial de margarina, naquele país que vivem querendo salvar o
mundo. Era a história de uma criança doente. Me envolvi, não sei porquê não
desliguei a TV. Desde a morte de minha mãe, não vejo dramas sobre doentes, isto
já tem 18 anos pois a saudade permanece comigo, tanto quanto a presença dela
que sinto em meus momentos importantes.Teve dois momentos de filme que tiraram
minha estrutura. O primeiro foi quando a criança , internada, pedia mais
Tramal(este é o remédio que tomo ,entre outros) a mãe respondeu chorando que
não estava na hora ainda. A criança chorou e disse que estava com dor, disse
que queria morrer para não sentir mais dor. Eu chorei muito. Pois já repeti
muitas vezes estas palavras em pensamento. Como sou mãe e não filha , as
palavras ficam só em minha mente. O amor materno é maior que a dor. Pronunciar
estas palavras só quando tivesse perto do ato, quando a dor fosse maior que o
raciocínio final (já estive neste ponto e emiti meu pensamento, para poder
continuar na jornada que meu Orixá destinou). A criança do filme me fez ouvir
meus pensamentos em alto volume. Chorei muito. No filme ouve o milagre, a menina
contou um sonho, fiquei com os olhos parados , revendo um sonho que tive aos
meus 16 anos, minha época de yao, o mesmo sonho, o mesmo cenário. No fim a mãe
da menina falou de milagres, era dentro de uma igreja presbiteriana com pastor
e orações, pessoas com vestido de domingo e cabelos lisos com topetes e louros.
Todo o meu inverso, mas os milagres e as narrativas dos milagres nossos, do dia
a dia o mesmo. Fiquei ali pensando, como deve ser triste não conseguir sentir,
os sinais ( como disse minha sopa de letrinhas, para seus irmãos) . Estes , os
ausentes da vida, são os revoltados, os que nos penalizam, nos excluem , nos
condenam, acorrentam e matam. A nossa luta é árdua. Os que irão perecer, sempre
será no momento que nosso ser superior concluir que é um bom momento. Isso será
para que muitos de nós formemos um contingente maior de vitoriosos, liderados
por outros guerreiros que já batalharam e sofreram como nós agora. Nesse anos
que seguirão teremos mais lideres a nos guiar, como Mãe Beata e Mãe Stella. Este
é meu pensamento. Mas os que observam os sinais e sejam da igreja presbiteriana
também terão guerreiros destinados pelo ser maior. Bjs e meu axé. Heloísa
Helena Costa Berto (Luizinha de Nanã)
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